

No começo, a botica era uma caixa de madeira onde se levavam os primeiros
  remédios. Foi com este nome que a farmácia se tornou conhecida
  em Portugal. 
  No Brasil colonial, a caixa era transportada pelos mascates, que percorriam
  as povoações e as fazendas levando medicamentos capazes de curar
  as mazelas mais comuns.
  Conhecidos como boticários, os donos das boticas eram profissionais
  de alto gabarito, conhecedores da arte do fabrico de remédios, prestigiados
  na corte portuguesa e nas armadas e fortalezas.

Na Antiguidade, os alquimistas, em busca de fabricar ouro e de criar o elixir
  da vida eterna, terminaram por produzir óleos e resinas, os primeiros
  remédios da humanidade. Eram conservados em ânforas e vasos ricamente
  decorados. Os primeiros apetrechos foram os potes, vasos e vasilhas. Surgiram
  depois as balanças e os jogos de pesos de tamanho variado, as canecas
  de estanho e porcelanas, os almofarizes de ferro e bronze, os capsuladores,
  os camaleões aperta-rolhas, os alambiques de cobre e vidro.
  Com estes apetrechos, fabricavam-se na França e na Inglaterra os purgativos, águas
  de cheiro, bálsamos, peitoral de cerejas, maravilhas curativas, pastilhas
  de Vichy, magnésia fluida e compostos de fígado de bacalhau.

A chegada dos irmãos da Companhia de Jesus, os jesuítas, significou
  também a criação, no Brasil, das primeiras enfermarias
  e boticas, onde se cuidava dos doentes e se preparavam os remédios.
  Nas boticas jesuítas se encontravam drogas e medicamentos vindos da
  metrópole. Foram eles também os primeiros boticários a
  testar as plantas medicinais usadas pelos pajés em seus rituais. O Padre
  José de Anchieta foi um dos primeiros boticários, a se dedicar
  com ardor missionário a curar os doentes entre o povo da terra brasilis.
  Em suas memórias, ele escrevia em 1565:
  "Nossa casa é botica de todos; poucos momentos está quieta
  a campainha da portaria ..."

Em 1808, com a vinda da família real portuguesa para o Brasil, ganhou
  impulso a atividade farmacêutica no país.
  Em 1832, o Brasil viu surgir as suas primeiras faculdades de Medicina e, com
  elas já funcionava um curso de farmácia, com duração
  de três anos.
  Em 1839, o governo provincial de Minas Gerais fundava, em Ouro Preto, a primeira
  Escola de Farmácia, pioneira para o ensino exclusivo da profissão
  no país.
  Em 1916 é criada a Associação Brasileira de Farmacêuticos,
  destinada a unir os profissionais de norte a sul do país. A sede funciona
  no Rio de Janeiro. A associação foi o embrião do que hoje é o
  Conselho Federal de Farmácia.

