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Experiências exitosas de farmacêuticos no SUS

Interações perigosas da dabigatrana

Alerta Cebrim 06: Interações perigosas da dabigatrana

Em 21.08.2012.

Tradução, adaptação e edição: Marco Sant' Anna, Cyro Caldeira e Rebeca Gomes
Revisão: Rogério Hoefler e Pamela Saavedra

A dabigatrana, disponível como pró fármaco (etexilato de dabigatrana) e comercializada no Brasil sob o nome de marca Pradaxa®(Boehringer Ingelheim), é inibidor reversível da trombina livre, da trombina ligada à fibrina e da agregação plaquetária induzida por trombina.1,2

A trombina (serina protease) possibilita a conversão de fibrinogênio em fibrina durante a cascata de coagulação, e sua inibição previne o desenvolvimento de trombo.1,2

A dabigatrana é administrada por via oral para profilaxia de tromboembolismo venoso em adultos, após artroplastia total de joelho ou de quadril. O fármaco apresenta rápido início de ação e, assim como as heparinas de baixo peso molecular (HBPM) e fondaparinux, não requer monitoramento do tempo de protrombina.3 Hemorragia é efeito adverso comumente associado ao uso de dabigatrana.1,2

Em razão do risco de hemorragia, a dabigatrana é contraindicada em várias condições clínicas, nas quais o paciente esteja sob risco significante de sangramento importante.1 No Reino Unido, é contraindicada a associação de dabigatrana com o antiarrítmico dronedarona (Multaq®, Sanofi-Aventis)1,4 e com outros anticoagulantes (exceto quando há migração terapêutica para a dabigatrana ou quando a dabigatrana for a terapia adotada anteriormente ou com o uso de heparina não fracionada para manutenção da desobstrução de cateter arterial e/ou venoso).1

Contraindicações e precauções: 1

• Dabigatrana é contraindicada em condições clínicas associadas a risco de sangramento significante, como:
- Ulceração gastrintestinal.
- Neoplasmas malignos.
- Lesões espinais ou cerebrais recentes.
- Cirurgia oftalmológica, espinal ou cerebral recente.
- Hemorragia intracraniana recente.
- Varizes esofágicas.
- Malformações arteriovenosas.
- Aneurismas vasculares.
- Grandes anormalidades vasculares intracerebrais ou intraespinais.

• Os benefícios e riscos de se iniciar tratamento com dabigatrana também devem ser cuidadosamente cotejados em pacientes que possam ter outras condições que os coloquem em risco de sangramentos importantes (mas nos quais o tratamento com dabigatrana não seja contraindicado).

Entre as possíveis interações importantes e perigosas da dabigatrana, merecem atenção aquelas com inibidores de plaquetas, como ácido acetilsalicílico, anti-inflamatórios não esteroides (AINE) e clopidogrel, pois aumentam o risco de sangramento em aproximadamente duas vezes. Nesses casos, deve ser realizada criteriosa avaliação da relação risco-benefício antes do início do tratamento.1,5

Deve-se ter cautela com a associação de dabigatrana com rifampicina, porque pode resultar em relevante diminuição da biodisponibilidade da dabigatrana,5 com risco de evento tromboembólico por falha terapêutica do anticoagulante.

Segundo a bula do Pradaxa®, o uso da dabigratana concomitante com cetoconazol sistêmico é contraindicado porque pode ocorrer significante aumento da biodisponibilidade da dabigatrana.6 Deve-se também evitar o uso concomitante com carbamazepina, ciclosporina, itraconazol, fenitoína, erva de São João, tacrolimo, sulfimpirazona, diclofenaco e cetorolaco. 6

Nenhuma interação farmacocinética clinicamente relevante para a segurança foi observada até o momento entre dabigratana e inibidores/indutores de glicoproteína P (P-gp), como amiodarona, verapamil, quinidina e claritromicina. 2,6

 

Referências bibliográficas (clique e acesse)

1. Drug Safety July 2012, vol 5 issue 12: A1. Disponível em: http://www.mhra.gov.uk/Safetyinformation/DrugSafety/CON175429. Acesso em: 30.07.2012.

2. HIS-PROD Medicamentos: Histórico de Registro de Medicamentos. São Paulo: Optionline - Health Environment Legal Prevention & Safety. Disponível em: http://www.i-helps.com. Acesso em: 31.07.2012.

3. Brasil. Conselho Federal de Farmácia. Centro Brasileiro de Informação sobre Medicamentos (Cebrim/CFF). Boletim Farmacoterapêutica. Ano XV, nº 02, mar-abr/2010. Disponível em:http://www.cff.org.br/userfiles/file/boletim/2010/farmacoterapeutica.pdf. Acesso em: 30.07.2012.

4. British Medical Association, Royal Pharmaceutical Society of Great Britain. British National Formulary. 63 ed. London: BMJ Publishing Group, APS Publishing, 2012. Disponível em: http://www.medicinescomplete.com . Acesso em: 31.07.2012.

5. Klasco RK (Ed): Drug Interactions. Thomson MICROMEDEX, Greenwood Village, Colorado, USA. Disponível em: http://www.thomsonhc.com/ . Acesso em: 02.08.2012.

6. Boehringer-ingelheim. Bula do medicamento Pradaxa® aprovada pela Anvisa em 04.04.2012. Disponível em: http://www.boehringer-ingelheim.com.br/arquivos/PRADAXA_CAP_M_0266-07i_03_12_notifica%C3%A7%C3%A3o.pdf. Acesso em 31.07.2012.
 











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