Por não ser possível realizar estudos epidemiológicos, como ensaios clínicos, com gestantes ou crianças, há poucas evidências quanto ao uso de medicamentos nesses dois períodos do ciclo vital. Assim, no acompanhamento a esses grupos de pacientes, o farmacêutico deve preocupar-se em pesquisar mais de uma fonte e oferecer informação baseada em evidência.
A orientação é da doutora em Medicina e pós-doutorada em Epidemiologia pelo Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia da Universidade Federal de Pelotas (UFPeL), Marysabel Pinto Telis Silveira. Ela foi uma das ministrantes do minicurso "Farmacoepidemiologia do uso de medicamentos em gestantes e lactantes", que fez parte da programação do I Congresso Brasileiro de Ciências Farmacêuticas, que ocorreu de 15 a 18 de novembro, em Foz do Iguaçu (PR).
Ao lado da docente Andréa Homsi Dâmaso, também da (UFPeL), Marysabel Silveira abordou esse tema de grande importância do ponto de vista de saúde coletiva. "O consumo de medicamentos nessa fase, principalmente pelas mulheres, tanto no período da gestação quanto da amamentação, é bem elevado", afirma.
Marysabel Telis Silveira explica que, em Pelotas (RS), são realizados acompanhamentos desses grupos desde o nascimento da criança até a vida adulta. "Atualmente, estamos no quarto grupo. O primeiro foi de 1982, o segundo, de 1993, o terceiro, de 2004, e o último de 2015. Todos os estudos continuam em andamento." A profissional relata que houve registro, especificamente no grupo de 2015, o qual participa do acompanhamento, de uma média de consumo de dez medicamentos por mãe, no período de internação pré parto.
"Para verificar informações quanto à segurança desses medicamentos por gestantes, temos poucas evidências que nos dão suporte para indicar ou contraindicar o uso com segurança, pois existe apenas uma classificação de risco, quanto à terogenicidade, que está em desuso". Atualmente, portanto, não há uma classificação oficial para classificar o risco de uso de medicamentos por gestantes que os profissionais possam utilizar como referência.
Com relação à classificação de risco de uso de medicamentos durante o período da amamentação, Marysabel explica que o cenário é melhor, pois existem disponíveis uma da Organização Mundial da Saúde, uma do Ministério da Saúde e uma da Academia Americana de Pediatria. "Pelo menos essas três classificações seriam de extrema importância para o conhecimento de todo profissional farmacêutico que atende na ponta, como em farmácias, ou pelo clínico hospitalar".
Fonte: Comunicação do CFF
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