O farmacêutico tem um papel fundamental no ciclo de utilização do medicamento e na prevenção de erros de medicação. É o que defendeu o especialista em Farmácia Hospitalar e representante brasileiro na Rede Internacional de Medicamento Seguro, Dr. Mário Borges Rosa, durante palestra realizada nesta sexta-feira, dia 17 de novembro, durante o I Congresso Brasileiro de Ciências Farmacêuticas, em Foz do Iguaçu (PR). Ele falou sobre Medidas de prevenção de erros de medicação, levando orientações a profissionais da saúde para melhorar o atendimento aos pacientes e prevenir eventos adversos relacionados ao uso de medicamentos.
Em sua palestra, o presidente do Instituto para Práticas Seguras no Uso de Medicamentos deu dicas para melhorar o processo de trabalho dos profissionais envolvidos nas etapas do uso de medicamentos. Nos hospitais, o ciclo de utilização do medicamento começa com a prescrição médica. Em seguida, a farmácia faz a dispensação para a enfermagem, que o administra. “Quando estudamos essas três etapas, notamos que há muito mais erros que imaginamos. E nós temos como atuar para prevenir esses erros”.
Conforme Mário Borges, todos os agentes envolvidos são humanos e sujeitos a erros, mas nós temos que fazer com que a possibilidade de erros seja a menor possível. “O processo de trabalho precisa melhorar, para que os erros possam ser prevenidos.” Foram repassadas aos participantes, orientações sobre atendimento ao paciente e sobre como avaliar e ajustar a prescrição às necessidades do paciente. “Ele deve ser o foco da atenção dos profissionais da saúde envolvidos em seu atendimento. Temos de ouvi-lo, conhecer sua doença ou necessidade em saúde”. E essa atenção deve ser redobrada no caso de pacientes idosos, crianças, grávidas e lactantes e pessoas portadoras de problemas de saúde específicos, afirma Mário Borges.
O palestrante destaca que a saúde tem se espelhado no exemplo da aviação para prevenir erros de medicação e no processo de cuidado aos pacientes. Uma das medidas efetivas para a prevenção desses erros é a avaliação dos erros já ocorridos, buscando muito mais sanar falhas nos processos de trabalho do que apontar culpados.
Os erros mais graves acontecem com alguns tipos de fármacos específicos chamados medicamentos potencialmente perigosos. Como exemplo ele cita os anticoagulantes, os medicamentos derivados da morfina para dor, os medicamentos antidiabéticos e a insulina. “Todos esses podem causar muitos problemas ao paciente, quando acontece algum erro no ciclo de utilização”, comenta.
Mário Borges fechou sua explanação conclamando os participantes a aderirem ao Desafio global da OMS pelo Uso Seguro de Medicamentos. Lançado em março deste ano pela Organização Pan-Americana da Saúde /Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) a meta é reduzir em 50% os danos graves e evitáveis relacionados ao uso de medicamentos nos próximos cinco anos. “Todos nós, independentemente de onde atuamos, podemos e devemos contribuir para que essa meta seja atingida”, frisou ele, recomendando a leitura do Protocolo de Segurança na Prescrição, uso e Administração de Medicamentos, do Ministério da Saúde/Programa Nacional de Segurança do Paciente, e dos boletins do ISMP. “Esses materiais estão disponíveis na internet gratuitamente e devem ser consultados pelos colegas para que eles colham subsídios necessários ao aperfeiçoamento do processo de cuidado e ao combate dos erros de medicação.”
Fonte: Comunicação do CFF
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