Com a experiência de quem conhece a realidade da profissão farmacêutica e de diferentes sistemas de saúde ao redor do planeta, a presidente da Federação Internacional de Farmacêuticos (FIP), Carmen Peña Lopez, proferiu sua palestra no I Congresso Brasileiro de Ciências Farmacêuticas nesta quinta-feira, 16, endossando o papel ativo dos farmacêuticos como agentes de saúde pública.
De origem espanhola e primeira mulher a presidir a FIP, Carmen comentou os projetos e estratégias adotados pela entidade para o fortalecimento da profissão, ressaltando que o contato com governantes, imprensa e gestores em nível mundial permite destacar o potencial de atuação do farmacêutico e que o seu trabalho vai muito além da entrega de medicamentos.
Inserida na área da Farmácia comunitária, a exposição, intitulada "Future medicinesone world" foi coordenada por Josélia Frade, do CFF. Carmen Peña observou que a saúde pública é um direito humano no qual os farmacêuticos devem contribuir por meio da educação e do empoderamento dos usuários. Além disso, a profissão precisa, na visão de Carmen, intervir para melhorar a saúde das mulheres e crianças e expandir a atuação nas zonas rurais, assim como participar efetivamente nas políticas de saúde pública globais, regionais e nacionais. "Não podemos estar de fora dessas políticas, em todos os níveis. Há uma nova sociedade, que possui novas demandas. Os serviços de saúde precisarão da atenção dos serviços farmacêuticos", ilustrou ela.
Citando os avanços na farmácia clínica mundial e as novas funções dos farmacêuticos, que exigem responsabilidade ética e compromisso com os doentes, Carmen frisou que "deverá existir uma coordenação transversal dos serviços de farmácia clínica entre todos os níveis de cuidados de saúde e em todos os cenários clínicos". Dessa forma, deverá ser investigado cientificamente o impacto dos serviços farmacêuticos para produzir uma base de evidências. "Essa investigação precisa ser do ponto de vista clínico e da efetividade para o doente, e do ponto de vista econômico e da eficiência para os sistemas de saúde", ponderou.
Em termos de educação, a palestrante afirmou que a formação é a base de um conjunto de serviços fundamentais para a profissão farmacêutica. "Ela é o alicerce para o desenvolvimento de recursos humanos farmacêuticos adequados e uma peça fundamental para o desenvolvimento econômico de todos os países. Também se configura em um requisito essencial para avançar em direção à cobertura universal em saúde", disse, sublinhando que a educação conduz à ciência e a ciência conduz à educação.
Para a presidente da FIP, as novas tecnologias promovem a estandardização, apoiam o trabalho em equipe e as redes profissionais, além de otimizar o uso da informação. Ainda podem ser classificadas como um motor de transformação, revolucionando os serviços farmacêuticos. De acordo com Carmen, os farmacêuticos precisam criar vínculos com os pacientes, mostrando o seu potencial nos atendimentos. "Estamos iniciando um processo de transformação que exige uma nova atitude para com a mudança. E não devemos ter medo dessas mudanças."
Fonte: Comunicação do CFF
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