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Notícias Gerais

Número de fumantes cai 20% em seis anos

Data: 12/12/2013

O consumo de tabaco no Brasil caiu 20% de 2006 a 2012, segundo o 2o Levantamento Nacional de Álcool e Drogas, divulgado ontem pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). A redução foi ainda maior entre adolescentes, grupo em que a queda do consumo foi de 45%. Mas a média de cigarros consumidos pelos fumantes no país aumentou. Ou seja, tem menos gente com cigarro na boca, mas os fumantes estão cada vez mais viciados.

De acordo com o levantamento, 15,6% dos entrevistados (20 milhões de brasileiros) se declararam fumantes em 2012, e, em 2006, esse índice foi 19,3%. Entre os adultos, o percentual dos que se declararam fumantes em 2012 foi de 16,9% (19,4 milhões de brasileiros), ante a 20,8% em 2006. Já entre os menores de 18 anos, 3,4% disseram ser fumantes em 2012 (533 mil pessoas). Em 2006 esse percentual era de 6,2%.

Para a pesquisadora da Unifesp Ana Cecília Marques, uma das responsáveis pelo estudo, a diminuição do consumo no Brasil segue uma tendência mundial e está relacionada também a políticas públicas.

— O mundo está se movendo para diminuir o consumo de cigarro. Um país influencia o outro. No Brasil, houve a lei que restringiu a propaganda nos meios de comunicação, e passamos a oferecer tratamento grátis para fumantes — disse Ana Cecília. — E em 2011, uma lei restringiu a propaganda nos pontos de venda, cuja regulamentação só vai começar a ser discutida nesta quinta-feira.

Na opinião da pesquisadora, o Brasil já teve políticas de prevenção de vanguarda na década de 90, mas precisa investir mais. Segundo ela, a redução de 19,3% para 15,6% não pode ser considerada grande.

— A gente precisa atualizar as políticas de tratamento no Brasil, aumentar muito a estratégia de prevenção, que não temos — defende a especialista. — Só temos os rótulos nos maços, que impactam pouco e, mesmo assim, atingem só os fumantes, não a população em geral.

Segundo ela, a diminuição do consumo entre jovens pode ter relação com outros fatores, como o uso de maconha.

— Os jovens muitas vezes migram do tabaco para maconha, ou nem usam tabaco e começam por maconha — afirma. — E tem também o consumo de crack. Outro aspecto são os chamados "jovens alfa" que pensam na saúde e entendem que é preciso não fumar para viver com saúde.

De acordo com o estudo, 62% dos menores de 18 anos de idade contaram não ter nenhum problema para comprar cigarros.

Porém, a média de cigarros que o brasileiro consome diariamente aumentou, passando de 12,9 em 2006 para 14,1 em 2012. Somente 3,5% dos fumantes disseram que não fumam todos os dias.

E 67,8% afirmaram que é difícil ou muito difícil passar um dia sem fumar. O índice de pessoas que relataram fumar o primeiro cigarro até 5 minutos depois de acordar passou de 17,9% para 25,3%.

— Quem não conseguiu parar evolui para uma maior gravidade na dependência — explica a pesquisadora. — Os que sobraram são
os mais graves. E esses casos são os mais difíceis de mudar, porque é preciso mais recursos. Eles têm doenças crônicas que não são controláveis, como câncer e enfisema, que têm maior mortalidade.

A diminuição do hábito de fumar foi maior entre os homens (o índice passou de 27% em 2006 para 21% em 2012, uma queda de 22%), mas a prevalência de fumantes ainda é maior entre eles. Entre as brasileiras, a redução do uso de cigarro foi de 13%.

O pneumologista Frederico Leon Arrabal Fernandes, do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), diz que o resultado da pesquisa é reflexo de um grande movimento antitabagista nos últimos 15 anos, incluindo o oferecimento de tratamentos por parte do governo e de ONGs que aumentam as chances de sucesso para algo entre 40% e 50%.

— Ao longo dos últimos anos, quem tinha uma baixa dependência já parou de fumar — afirma Fernandes. — Quem fuma atualmente são aquelas pessoas que ainda não estão motivadas a parar de fumar, ou aquelas com dependência ainda muito alta.

O tabagismo só não diminuiu entre os brasileiros de uma classe socioeconô-mica: a classe A, dos mais ricos, onde o aumento foi de 110% (passando de 5,2% para 10,9%). Isso se explica pelo fato de eles terem mais dinheiro para comprar o cigarro mesmo com o aumento de preços. Mas o consumo de tabaco continua sendo maior entre os pobres, da classe E, em que o percentual de fumantes era de 22,9% em 2012.

Fonte: O Globo
Autor: Marcelle Ribeiro

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