O Presidente do Conselho Federal de Farmácia, Jaldo de Souza Santos, tem aproveitado os discursos que profere, na condição de patrono ou paraninfo de turmas de formandos em Farmácia de Universidades públicas e particulares de todo o País, para tocar em pontos cruciais da profissão. A busca do farmacêutico por conhecimentos, depois da graduação; a necessidade de qualificar os seus serviços; a sua natural liderança na comunidade; o conflito, dentro das farmácias comunitárias, entre o interesse econômico e a saúde; e diminuição do conteúdo programático relacionado à área das análises clínicas, após a instituição das diretrizes curriculares, em 2002, são temas recorrentes nos discursos do dirigente do CFF.
Dr. Jaldo de Souza Santos, um recordista nacional como patrono e paraninfo (são 285 vezes, sem contar os mais de dez novos convites aceitos para este semestre), tem dito que a busca obsessiva dos farmacêuticos por novos conhecimentos, não só técnico-científicos, mas humanístico, criou novos parâmetros para a Farmácia, identificada como “profissão de gente preparada”.
A sede de atualização, ressalta, é permanente e vai além da graduação, sob as formas de pós-graduação lato sensu e stricto sensu, especialização etc. “Nós, sempre, apostamos em que o crescimento da profissão passaria pela busca do conhecimento, além de questões legais”, lembrou Souza Santos.
E acrescentou: “Só bem qualificado é que o farmacêutico pode dialogar com os demais integrantes das equipes multiprofissionais de igual para igual, tornar-se uma excelência em sua área, servir com acertos e merecer o respeito da sociedade”. Dr. Jaldo alertou que os farmacêuticos, como profissionais da saúde, não podem errar, “porque os seus erros podem custar vidas humanas”.
O carinho com que atende aos clientes das farmácias e drogarias e o fato de ser um líder nato em suas comunidades são pontos citados nos discursos do Presidente do CFF. Reiterou que o farmacêutico, por índole, é amoroso com os clientes de suas farmácias e, por vocação e natureza, é um líder. “Ele deve associar o amor que tem em servir à sua liderança e, sempre, atento às questões éticas, para transformar o seu ambiente”, declarou.
Ele acrescentou que o farmacêutico é, ainda, um sanitarista por excelência, devido à sua formação. Todos estes atributos, destacou, fazem do farmacêutico um profissional diferenciado no contexto da saúde. “Por tudo isso, ele precisa ser melhor aproveitado pela sociedade e mais valorizado pelas autoridades sanitárias”, pediu.
OS DESAFIOS – Outras aspectos bastante abordados nos pronunciamentos que faz, em universidades, como patrono e paraninfo de turmas de formandos em Farmácia, são os desafios encontrados pela profissão. No segmento das farmácias e drogarias, por exemplo, Dr. Jaldo cita que eles giram em torno do conflito que põe, de um lado, o interesse econômico e, do outro, as questões de saúde.
“O interesse tenta diminuir a importância sanitária da farmácia, para fazer sobressair a sua força mercadológica. Mas a farmácia será, sempre, um espaço dedicado à saúde da população, onde são oferecidos produtos (medicamentos e correlatos) e serviços farmacêuticos”, sentenciou.
O Presidente do CFF observou que o interesse econômico, muitas vezes, arrasta os balconistas para o perigoso fosso do lucro aético, conseguido à custa da famigerada prática da empurroterapia. “A sociedade sabe que pode contar com o anteparo contra o avanço dessa prática que tanto a prejudica, e que é o farmacêutico”, declarou Souza Santos.
No segmento das análises clínicas, o dirigente o Conselho Federal de Farmácia vem denunciando, em seus discursos para formandos, que as diretrizes curriculares, instituídas, em 2002, pelo Ministério da Educação, e que criou novos paradigmas para o ensino farmacêutico brasileiro, estão sendo mal usadas por muitas universidades. “Vários cursos de Farmácia, a pretexto de oferecer uma formação generalista, diminuíram o conteúdo programático e as aulas práticas na área das análises clínicas, prejudicando a formação dos acadêmicos.
Mas o CFF já está buscando essas instituições de ensino, com vistas a que façam a adequação dos seus currículos, sob pena de sofrerem sanções do Ministério da Educação. Vale salientar que o MEC e o CFF firmaram parceria pela qual o Órgão farmacêutico está autorizado a realizar a avaliação consultiva dos cursos de Farmácia, gerar relatórios sobre a situação das mesmas e encaminhá-los ao MEC. Uma avaliação negativa pode levar à punição dos cursos, inclusive o seu fechamento.
Fonte: CFF