19/02/2016 - ENTREVISTA - Presidente do CFF explica crescimento da profissão

O Presidente do Conselho Federal de Farmácia (CFF), Walter Jorge João, em entrevista concedida, hoje (19.02.16), a uma rede de emissoras de rádio localizadas, em todo o País, atribuiu a um conjunto de fatores inter-relacionados o crescimento e a diversificação da profissão farmacêutica em plena crise econômica. Entre os fatores, Dr. Walter Jorge apontou as novas necessidades em saúde e a qualificação profissional do farmacêutico. Segundo levantamento da Wyser, empresa especializada em recrutamento e seleção para média e alta gerência da Gi Group, multinacional italiana de recursos humanos, o setor farmacêutico está entre os que continuam contratando profissionais, o que faz da Farmácia uma das profissões “resistentes à crise”.

De acordo com o presidente do CFF, não é de hoje que a profissão farmacêutica vem mostrando crescimento. As novas necessidades em saúde citadas por ele têm origem principalmente no envelhecimento da população e nos novos hábitos de vida, como o estresse das populações urbanas e as alergias causadas pela poluição.

“Cerca de 80% dos idosos tem pelo menos uma doença crônica. Significa dizer que é maior a necessidade de esses pacientes usarem mais de um medicamento, tornando-se, assim, polimedicados. Trata-se de uma situação delicada, pois o uso simultâneo de muitos medicamentos predispõe a interações medicamentosas negativas, entre outros problemas”, alertou Dr. Walter Jorge.

Acrescentou que esses pacientes requerem a urgente intervenção do farmacêutico, para lhes garantir a segurança no uso dos medicamentos. O profissional, que é um educador sanitário por excelência, ressaltou o dirigente do CFF, pode, por meio dos seus cuidados clínicos, evitar as interações e contribuir para o fortalecimento do uso racional de medicamentos, promover a adesão ao tratamento e levar às mudanças nos hábitos de vida, diminuindo os números de hospitalizações evitáveis e os custos para os sistemas público e privado de saúde.

Explicou, ainda, que o novo contexto da saúde está levando a uma redefinição na prestação dos cuidados, com o objetivo de se buscar uma nova organização e divisão do trabalho para se resolver  a crise de financiamento do setor e facilitar o acesso aos serviços de saúde, levando-se em conta a questão do custo-efetividade.

Na entrevista, Dr. Walter Jorge reforçou que os cuidados farmacêuticos são fundamentais na promoção da saúde. Mas deixou claro que, se o mercado está contratando farmacêuticos em plena crise, é porque eles estão respondendo à altura às exigências do mercado, por meio da qualificação técnico-científica. Citou os cursos de educação continuada que o CFF está oferecendo, em todo o País. “Não basta dar novas atribuições ao farmacêutico. É preciso, também, garantir a sua qualificação”, observou.

“A farmácia clínica está sendo disseminada entre os farmacêuticos que atuam nas farmácias comunitárias e hospitalares, e isto é um marco na história da Farmácia, no Brasil”, acrescentou o presidente do CFF. Ele destacou, também, a importância da Lei 13.021/14 e das resoluções do CFF que regulamentam as atribuições clínicas e a prescrição farmacêutica para o crescimento do mercado de trabalho do farmacêutico.

De acordo com a pesquisa, o mercado de “healthcare” (cuidados de saúde) e “life sciences” (ciências da vida) vem crescendo constantemente, no Brasil. Os segmentos de indústrias farmacêuticas, laboratórios de pesquisa avançada e de produtos de beleza e higiene pessoal vêm contratando cada vez mais profissionais.

A entrevista do presidente do CFF, Walter Jorge João, será veiculada por uma rede integrada por cerca de 900 emissoras de rádio. O link para entrevista, na íntegra, é http://www.agenciaradioweb.com.br/conteudo/materias/160219122849Entrevista_Presidente_CFF__Versao_2.mp3.


Autor: Pelo jornalista Aloísio Brandão, assessor de imprensa do CFF.

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